Palavra do Presidente
Confenar: União com Sucesso
Ao final de mais um ciclo, chega o momento de refletirmos sobre tudo aquilo que vivemos, enfrentamos e conquistamos ao longo do último ano. Não foi um período simples. As condições climáticas se mostraram desafiadoras em diferentes regiões do Brasil, impactando diretamente o consumo e exigindo capacidade de adaptação constante. Em determinados estados, estiagens prolongadas reduziram a circulação de pessoas nos pontos de venda; em outros, chuvas atípicas comprometeram a frequência de bares e restaurantes. Situações que, somadas, obrigaram nossa rede de distribuidores a repensar estratégias, rever cronogramas e, acima de tudo, provar mais uma vez sua resiliência, mantendo a incontestável liderança nacional no setor de bebidas.
O cenário econômico tampouco foi favorável. O poder aquisitivo da população sofreu retração, pressionado pela inflação em itens básicos e pela estagnação da renda média. Em paralelo, assistimos ao crescimento acelerado das apostas esportivas, as chamadas BETs, que passaram a absorver grande volume de recursos antes destinados ao consumo em lazer e alimentação fora de casa. Esse fenômeno, ainda carente de regulação adequada, tem produzido efeitos danosos à renda da população, com reflexos diretos em nosso setor: menos dinheiro circulando nos estabelecimentos que abastecemos diariamente. Reconhecer esse deslocamento é fundamental para compreendermos a queda em alguns indicadores de vendas e para reforçarmos a necessidade de políticas públicas que equilibrem o jogo.
Mesmo diante desse ambiente adverso, nossa resposta foi firme. A Confenar se manteve fiel a seus princípios: diálogo, transparência e defesa intransigente da sustentabilidade da distribuição. Um exemplo claro foi a condução do debate em torno da proposta de mudança no modelo de remuneração apresentada pela Ambev. Levamos o tema à Assembleia, ouvimos cada distribuidor, construímos consenso e, democraticamente, rejeitamos aquilo que poderia inviabilizar operações, sobretudo as de menor porte. Essa postura não significou ruptura. Ao contrário, demonstrou maturidade: mostramos que relações sólidas se constroem quando cada parte defende seus interesses com respeito mútuo e clareza de propósito.
Os meses seguintes comprovaram o acerto dessa decisão. Avançamos em negociações relevantes e alcançamos conquistas concretas. Temas históricos como TMA, árvore de preços, balizador, controle de conta corrente TTV, remuneração de filiais e responsabilidades sobre perdas no giro de embalagens retornáveis começaram a ser tratados com seriedade e soluções práticas. O reconhecimento por parte da Ambev de que tais pontos precisavam ser resolvidos antes de qualquer nova proposta foi um passo importante. E mais: evidenciou que, quando atuamos de forma unida e organizada, a voz dos distribuidores é ouvida e respeitada.
Essa experiência nos deixa uma lição: não podemos abrir mão de protagonismo. Somos responsáveis por abastecer mais de 600 mil pontos de venda todos os meses, movimentando economias locais e garantindo emprego e renda em centenas de comunidades brasileiras. Faturamos mais de R$ 40 bilhões por ano e, acima de tudo, somos o elo essencial que transforma a estratégia de grandes indústrias em realidade nos bares, mercados, restaurantes e lares do país. Distribuidor não é custo, é motor de crescimento. Não é ruído, é elo estratégico. Não é parte do problema, mas solução indispensável para a engrenagem funcionar.
Ao mesmo tempo, temos plena consciência de que o futuro reserva desafios. A reforma tributária, embora aprovada, ainda não revelou todos os seus desdobramentos. Questões sobre transição de regimes, impacto em margens, formas de recolhimento e competitividade seguem em aberto. Não sabemos, por exemplo, como será o tratamento da substituição tributária em nosso setor ou quais ajustes precisarão ser feitos em nossos sistemas. Essa incerteza gera apreensão, mas também nos mobiliza. A Confenar continuará vigilante, atuando junto às instâncias competentes para garantir que os distribuidores não sejam penalizados por regras que ignorem a realidade da ponta. Nosso compromisso é lutar para que a legislação reconheça a relevância do sistema de distribuição como parte essencial da cadeia de valor.
Diante disso, é legítimo que nos perguntemos: qual o horizonte que se abre à frente? Felizmente, há razões sólidas para o otimismo. O próximo ano, 2026, será marcado por dois eventos de grande impacto: as eleições majoritárias e a Copa do Mundo de Futebol. A experiência histórica demonstra que ambos estimulam a economia e têm reflexos diretos sobre nossas vendas. Em anos eleitorais, o país se movimenta, obras são aceleradas, o comércio é aquecido e a circulação de pessoas aumenta. Já a Copa do Mundo é um capítulo à parte: bares lotados, famílias reunidas, confraternizações entre amigos, todos acompanhados por bebidas que fazem parte de nossa tradição cultural. Trata-se de um momento único de mobilização social e, consequentemente, de estímulo ao consumo. Vamos todos torcer para que o Carlo Ancelotti, renomado técnico vencedor, reconhecido mundialmente, leve nossa seleção à Final, mantendo o clima de festa e de consumo de bebidas até o encerramento da Copa.
É por isso que, apesar das incertezas, podemos afirmar que as perspectivas são positivas. O esforço coletivo da rede de distribuidores, aliado ao calendário favorável, nos coloca em posição de colher bons frutos no próximo ciclo. Para isso, precisamos manter nossa coesão, reforçar a confiança mútua e continuar acreditando que, quando atuamos juntos, somos capazes de superar qualquer adversidade.
Este editorial é, portanto, mais do que um balanço. É um chamado à união de forças, à preservação de valores e à renovação do compromisso com a excelência. Que cada distribuidor se reconheça como parte de um ecossistema grandioso, que movimenta o Brasil de norte a sul e que é referência não apenas em números, mas também em representatividade e capacidade de articulação.
Encerramos este ano com a certeza de que enfrentamos a diversidade climática, a retração econômica e a concorrência desleal das BETs sem perder de vista nossos princípios. E iniciamos o próximo com esperança renovada, confiantes de que as eleições e a Copa trarão consigo a energia necessária para impulsionar nossas vendas e consolidar novos avanços.
A Confenar continuará a ser a voz dos distribuidores, garantindo que cada decisão estratégica seja tomada com responsabilidade e escuta ativa. Seguiremos defendendo que não há indústria forte sem distribuição forte. E reafirmamos nosso papel: transformar desafios em oportunidades, incertezas em conquistas e perspectivas em realidade. Com a recente criação de comitês específicos: Gente Gestão Comunicação – Atendimento Fabril – Comercialização – Tecnologia – Institucional – Remuneração – Desenvolvimento de Negócios, mais distribuidores voluntariamente se aliam aos diretores eleitos, trazendo novos conhecimentos e experiências sobre distribuição, o que resultará no maior dinamismo e fluência no atendimento das necessidades da Rede.
Destaque especial ao Agenda 2025, mais uma vez comandado pela Adriana, que nos surpreende anualmente, liderando um grupo de profissionais abnegados e competentes, Nino – Marcel – Wander e os padrinhos de cada distribuidora, e consegue superar os sucessos anteriores: perfeito congraçamento entre todos distribuidores presentes, treinamentos excelentes, participação importante dos executivos da Ambev e o patrocínio essencial dos nossos fornecedores, com fechamento de vultosos negócios durante o evento.
Desejo que as conquistas da Confenar inspirem a todos nós a seguirmos firmes, conscientes da importância que temos e orgulhosos do papel que desempenhamos. O futuro nos desafia, mas também nos convida. Que saibamos responder a esse convite com coragem, determinação e a confiança de que, juntos, podemos muito mais.
Abraços!
Ataíde Gil Guerreiro,
Presidente da Confenar.

